CEETO solicita ao governo do Tocantins a isenção de ICMS sobre os valores adicionais decorrentes do acionamento das bandeiras tarifárias de energia
Caso o pedido seja acolhido pela atual gestão estadual, o Tocantins passará a ser o primeiro estado a adotar tal medida.
14/10/2021 às 11:59
O Conselho de
Consumidores de Energia Elétrica do Tocantins/TO (CEETO) protocolou no dia 8 de
outubro, no Palácio Araguaia, em Palmas, um ofício onde solicita ao governador
do Tocantins, Mauro Carlesse, a isenção do Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre os valores adicionais e
excepcionais referentes ao acionamento das Bandeiras Tarifárias – mecanismo que
sinaliza se o consumidor cativo terá ou não acréscimo no valor da energia por
conta das condições de geração de eletricidade.
Caso o pedido seja
acolhido pela atual gestão estadual, o Tocantins passará a ser o primeiro
estado a adotar tal medida.
O documento, que também
foi encaminhado ao secretário estadual da Fazenda, Sandro Henrique Armando,
cita diversos pontos que levam a entidade a solicitar o pedido ao governador e
traz explicações sobre a cobrança das bandeiras tarifárias desde que elas foram
regulamentadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as decisões
que agência tomou no período da pandemia, a nova crise hídrica que o país
atravessa e como a vida dos consumidores é afetada com isso.
Pontos
O ofício explica que o
sistema de bandeiras tarifárias se destina não só a sinalizar aos consumidores
os custos reais da geração de energia elétrica, mas principalmente a custear o
acionamento das usinas termoelétricas, o que ocorre em situações excepcionais,
como é o caso da crise hídrica. Em síntese, o funcionamento é simples: as cores
das bandeiras (verde, amarela ou vermelha) indicam se a energia custará mais ou
menos em função das condições de geração de eletricidade, ou seja, considera a
proporção da geração de energia elétrica por usinas hidroelétricas,
termoelétricas, eólicas, solares e nucleares.
O documento lembra que
as Bandeiras Tarifárias são faturadas por meio das contas de energia e,
portanto, salvo uma exceção, todos os consumidores cativos das distribuidoras
pagam o mesmo valor, proporcional ao seu consumo, independentemente de sua
classe consumidora, sendo que se aplicam aos valores das Bandeiras Tarifárias
os mesmos tributos incidentes sobre as tarifas. O CEETO afirma que as Bandeiras
Tarifárias já representam a cobrança de um valor adicional à Tarifa de Energia,
destinado a custear o acionamento de usinas termoelétricas em situações
excepcionais, como agora, em que enfrentamos uma grave crise hídrica.
O texto também cita:
“Portanto, o que se verifica no cenário atual é que os Consumidores estão sendo
obrigados a cobrir os custos decorrentes da crise hídrica enfrentada pelo
Brasil, mesmo diante de uma situação econômica e social que lhes é extremamente
desfavorável, haja vista os atuais níveis de desemprego, a redução e até mesmo
a perda de renda em decorrência da Pandemia de COVID-19, os atuais níveis de
inflação, com reajustes em insumos básicos como combustíveis, gás de cozinha,
água e energia elétrica. Além disso, a população está enfrentando um grave
aumento nos preços dos alimentos, tanto em decorrência da crise hídrica, como
em decorrência do frio, que provocou geadas e levou à perda de parte da
produção em diversas regiões do país. Não bastasse isso, o setor rural vem
tendo os maiores reajustes nas tarifas de energia elétrica, em decorrência da
retirada de subsídios, o que também impacta no preço dos alimentos”.
Ainda no documento, o
CEETO considera toda dificuldade que os consumidores vêm enfrentando, e por
isso entende que o valor adicional que lhes é cobrado em decorrência do
acionamento das Bandeiras Tarifárias não deve ser agravado ainda mais por meio
da incidência do ICMS.
De acordo com o
presidente do CEETO, Rudnei Fonseca, a entidade demonstra preocupação com essa
tarifa nas contas dos consumidores e espera que o governo atenda o pedido e
retire a cobrança do ICMS. “A pressão é muito grande nos consumidores e a
isenção é um recurso que nada vai mudar para o Estado. É um benefício para o
consumidor e não um prejuízo para o Estado, pois o governo não vai deixar de
arrecadar. Sabemos que é uma conta temporária, mas ela pode se estender por
mais tempo, então por isso a gente teve a preocupação de pedir ao estado essa
isenção ICMS”, relatou.
Rudnei Fonseca também
disse que a entidade pretende marcar, em breve, uma audiência com o governador
Mauro Carlesse para tentar sensibilizá-lo da importância da isenção do ICMS
sobre os valores adicionais e excepcionais referentes ao acionamento das
Bandeiras Tarifárias.
Composição
Ainda segundo o
presidente, o documento foi elaborado e aprovado pelos membros que compõem o
CEETO, que tem representantes indicados pelas seguintes instituições: Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (FAET), Federação das
Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO), Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado do Tocantins (FECOMERCIO), Federação das
Associações Comunitárias e de Moradores do Tocantins (FACOMTO, Associação
Tocantinense dos Municípios (ATM), Defensoria Pública do Estado do Tocantins e
da Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon) Tocantins - Secretaria de Cidadania e justiça.
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